sábado, 8 de março de 2014

I Domingo da Quaresma - Mt 4,1-11



Iniciamos este tempo de quaresma pedindo a Deus a graça de conhecer Jesus. Penetrar com mais profundidade a sua vida e entender o porquê de sua escolha e ao mesmo tempo nos preparamos para viver os momentos mais significativos da vida de sua vida. 
Para conhecer Jesus a liturgia nos propõe um olhar sobre nós mesmos, sobre a nossa história.

Na primeira leitura encontramos os nossos primeiros pais, criados por Deus para viverem no paraíso em comunhão com o Senhor, mas instigados pela serpente dizem não ao plano de Deus escutando a proposta do diabo. No evangelho está Jesus no deserto enfrentando as forças do mal, resistindo àquilo que derrotou Adão e dizendo sim ao projeto do Pai. Na segunda leitura, Paulo faz uma reflexão sobre estes dois fatos e afirma que a falta de Adão trouxe morte para a humanidade enquanto que a obediência de Jesus trouxe a graça e a salvação. Um dizendo “não” levou à humanidade a morte e o outro com o seu “sim” a salva. Aqui está todo o dilema da humanidade ou escolher estar com Adão ou estar com Cristo. Qual será a nossa opção? Seremos solidários a Jesus ou a Adão? Na realidade nesta liturgia somos chamados a refletir sobre o dilema de nossas vidas. Sobre a guerra que acontece dentro de nós mesmos, pois o pecado parece um parasita dentro de nós nos destruindo. 

Para viver bem este tempo quaresmal é necessário tomarmos consciência da existência do pecado em nós e no mundo, sem isso não compreenderemos a vida de Jesus. O pecado é retirar Deus de nossas vidas e colocar a nós mesmos como deuses. O pecado é ser dono absoluto de nosso destino, é desobedecer a Deus. Jesus o vence colocando no centro de sua vida seu Pai.

Dentro de nós está a “fome do pecado”, o que a Igreja chama de concupiscência, uma desordem que sempre nos puxa para baixo e que mina a nossa liberdade. Mas, é claro que nos pecamos também porque fazemos como Adão uma opção livre pelo pecado.
Não é só por causa de Adão e sim também por nossa causa. Adão começou uma situação a qual nós nos solidarizamos. Pecando Adão me levou a pecar e eu pecando levo os outros também ao pecado. O pecado não é transmitido apenas pela geração, mas também pelas nossas atitudes e comportamentos. O meu pecado polui o mundo.

Jesus no deserto destrói a raiz do pecado mostrando que nada é mais importante do que o relacionamento com o Pai. Rejeitando o pecado Jesus salva o homem só é verdadeiro homem na medida em que está em comunhão com Deus. 


Meditando sobre a realidade pecaminosa de nossa vida passamos a compreender e a amar mais a Jesus, que ofereceu a sua vida para nos libertar da maldade deste mundo. Neste primeiro domingo da quaresma Jesus já se revela como nosso Salvador e nosso modelo de superação do pecado. Vamos segui-lo.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paroquia São Judas Tadeu - Bairro das Nações
Campina Grande-PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário