I Domingo
da Quaresma - Mt 4,1-11
Iniciamos
este tempo de quaresma pedindo a Deus a graça de conhecer Jesus. Penetrar com
mais profundidade a sua vida e entender o porquê de sua escolha e ao mesmo
tempo nos preparamos para viver os momentos mais significativos da vida de sua
vida.
Para conhecer Jesus
a liturgia nos propõe um olhar sobre nós mesmos, sobre a nossa história.
Na
primeira leitura encontramos os nossos primeiros pais, criados por Deus para
viverem no paraíso em comunhão com o Senhor, mas
instigados pela serpente dizem não ao plano de Deus escutando a proposta do
diabo. No evangelho está Jesus no deserto enfrentando as forças do mal,
resistindo àquilo que derrotou Adão e dizendo sim ao projeto do Pai. Na segunda
leitura, Paulo faz uma reflexão sobre estes dois fatos e afirma que a falta de
Adão trouxe morte para a humanidade enquanto que a obediência de Jesus trouxe a
graça e a salvação. Um dizendo “não” levou à humanidade a morte e o outro com o
seu “sim” a salva. Aqui está todo o dilema
da humanidade ou escolher estar com Adão ou estar com Cristo. Qual será a nossa
opção? Seremos solidários a Jesus ou a Adão? Na realidade nesta liturgia somos
chamados a refletir sobre o dilema de nossas vidas. Sobre a guerra que acontece
dentro de nós mesmos, pois o pecado parece um parasita dentro de nós nos
destruindo.
Para viver bem este tempo quaresmal é necessário tomarmos
consciência da existência do pecado em nós e no mundo, sem isso não
compreenderemos a vida de Jesus. O pecado é retirar Deus de nossas vidas e
colocar a nós mesmos como deuses. O pecado é ser dono absoluto de nosso
destino, é desobedecer a Deus. Jesus o vence colocando no centro de sua vida
seu Pai.
Dentro de nós está a “fome do pecado”, o que a Igreja chama
de concupiscência, uma desordem que sempre nos puxa para baixo e que mina a
nossa liberdade. Mas, é claro que nos pecamos também porque fazemos como Adão
uma opção livre pelo pecado.
Não é só por causa de Adão e sim também por nossa causa. Adão
começou uma situação a qual nós nos solidarizamos. Pecando Adão me levou a
pecar e eu pecando levo os outros também ao pecado. O pecado não é transmitido
apenas pela geração, mas também pelas nossas atitudes e comportamentos. O meu
pecado polui o mundo.
Jesus no deserto destrói a raiz do pecado mostrando que nada
é mais importante do que o relacionamento com o Pai. Rejeitando o pecado Jesus
salva o homem só é verdadeiro homem na medida em que está em comunhão com Deus.
Meditando sobre a realidade pecaminosa de nossa vida passamos
a compreender e a amar mais a Jesus, que ofereceu a sua vida para nos libertar
da maldade deste mundo. Neste primeiro domingo da quaresma Jesus já se revela
como nosso Salvador e nosso modelo de superação do pecado. Vamos segui-lo.
Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paroquia São Judas Tadeu - Bairro das Nações
Campina Grande-PB
Paroquia São Judas Tadeu - Bairro das Nações
Campina Grande-PB
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