Neste domingo a liturgia nos revela o cuidado
amoroso de Deus para com o seu povo e também para com cada um de nós. Israel em
um momento difícil pensa que Deus o abandonou. É completamente absurdo que Deus
abandone a criatura que ele criou num ato de amor. Mesmo que uma mãe esqueça
seu filho, “eu, porém, de ti não me esquecerei”, dirá o Senhor. A criação, como cada ser humano está na “memória de Deus” e está na
memória de Deus, significa ser continuamente abraçado e acolhido por Ele que
olha e acompanha os nossos passos como uma mãe amorosa. A mão de Deus está
aberta e cada um de nós está dentro dela.
Na Bíblia, todas às vezes que Deus se lembra de alguém é para lhes conceder uma nova libertação, assim foi na vida de Noé, Abraão, Jacó e tantos outros. A lembrança de Deus é sempre libertadora, Ele se lembra de cada um de nós, agindo através da graça, inspirando bons pensamentos, nos educando, repreendendo, mostrando o caminho certo. E Ele jamais pode ser diferente porque a sua lembrança nasce da sua fidelidade e Deus é fiel. A consciência que devemos ter confiança no Senhor nasce da certeza de sua fidelidade, Ele não mente, suas promessas serão cumpridas, o seu projeto de amor para cada um de nós se realizará, porque sabemos que ele encaminha todos os acontecimentos da história para o seu fim, a plenitude do Reino.
Deus
é um pai amoroso que cuida de cada um de nós. Podemos confiar n’Ele, podemos
apostar em Deus, pois ele vela sobre este mundo. Por isso, Jesus diz no
evangelho: “não vos preocupeis”. Jesus deseja excluir de nossa vida a ânsia
angustiada pelas necessidades cotidianas. Não defende uma vida passiva e sim
engajada na dinâmica do Reino. Ele propõe, acima de tudo, uma atitude interior
de serenidade confiante no trabalho pelo Reino. Não devemos, tomado pelas
dificuldades nos abater e sim perseverar.
A
preocupação e a angústia nascem de uma vida distante da graça de Deus. O home
que vive na intimidade do Senhor sabe muito bem como administrar os bens e o
seu tempo, sabe colocar o seu coração não em valores transitórios, mas sim nos
perenes. A paz, a vida equilibrada é fruto de uma vida norteada pelos valores
do Evangelho.
O abuso dos recursos
que Deus nos deu ou o amor ao dinheiro desequilibra a vida, viver mergulhado nesta
sociedade de consumo, querer ter tudo que a propaganda nos oferece cria uma
vida perturbada e angustiada e daí nasce os roubos, o amor ao dinheiro, o desejo de sempre ter mais mesmo que para isso seja necessário tirar dos outros. O dinheiro é um péssimo senhor, que tiraniza o homem, privando-o da liberdade de servir e amar a Deus e aos irmãos. Por isso, “Não sirvamos ao Deus e ao dinheiro”.
Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paroquia São Judas Tadeu - Bairro das Nações
Campina Grande-PB
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