sábado, 24 de maio de 2014

Homilia do VI Domingo da Páscoa - Jo 14,15-21




Nestes últimos domingos da páscoa começa na liturgia uma preparação para o dia de pentecostes onde a Igreja se apresentará ao mundo inundada pelos dons do Espírito Santo. Na primeira leitura escutamos um relato sobre a vinda do Espírito em uma das primeiras comunidades Eles já tinham ouvido a Palavra e depois pela imposição das mãos dos apóstolos receberam o Espírito. O Espírito vem onde já foi acolhida a Palavra que é Jesus. O Doador precede o Dom.

O Espírito Santo chega aos homens através de Jesus. Ele derrama sobre os homens o amor do seu Pai, amando-os com o mesmo amor que é amado por Ele. Ele quer que os seus discípulos vivam neste amor. E tal como Jesus permanece no amor do Pai cumprindo a sua vontade, os seus discípulos devem permanecer no seu amor cumprindo com a sua vontade. 

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ele é uma pessoa, não é uma força impessoal ou uma energia, é uma pessoa onde podemos criar um relacionamento, ter uma amizade. Na sua essência não sabemos como é Deus, iluminados pela palavra podemos apenas saber o que Deus é para nós e o que o Espírito é para nós o evangelho de hoje nos diz: ele é o consolador, o Espírito da Verdade. Como afirma a liturgia ele é “ótimo consolador”. Não precisamos apenas de força ou de luz, mas também de consolação em meio as dificuldades que enfrentamos. 

A consolação de Deus é o seu amor por nós feito pessoa. Esta consolação nós recebemos da Igreja quando escutamos a palavra e aceitamos a presença de Jesus em nossa vida. Esta consolação não será a partir de fora e sim o Espírito estará dentro do nosso coração, nos orientando, revelando a presença amorosa de Deus em nossa vida. 

Também o Espírito nos conduz a toda a verdade. Viver na verdade é um dos grandes desafios do mundo de hoje. Há um relativismo doentio onde cada um procura construir a sua verdade. Somente Jesus é a verdade que pode nos libertar e nos ajudar a construir um mundo mais justo e mais humano. E somente o Espírito Santo é quem pode nos revelar esta verdade que está acima de qualquer ideologia e onde as religiões devem se colocar a serviço. Resta a cada um de nós ter cuidado, o fato de pertencermos a Igreja não significa que “vivemos na verdade”. Há tantos que usam a religião como palco de busca de poder, prestígio e enriquecimento... tenhamos cuidado..,.

Pe. Paulo Sérgio Gouveia
Paróquia de São Judas Tadeu 
Campina Grande-PB

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