Homília V Domingo da Quaresma - Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45
Na liturgia de hoje estamos diante de mais um “sinal” de Jesus: a “ressurreição de Lázaro”. Próximo da Semana Santa onde Jesus vai oferecer a sua vida, a Igreja quer incutir em nós que, este fato acontecido com Lázaro é um sinal para toda a humanidade. Jesus se apresenta aqui como a ressurreição, a vida plena, a vida divina. Jesus é a plenitude da nossa existência. Com ele a nossa peregrinação neste mundo não termina no nada, no vazio, mas na plenitude da glória.
A primeira leitura tirada de Ezequiel é o final da profecia-sinal sobre a restauração dos ossos secos: Deus mandou o profeta dizer uma profecia sobre os ossos ressecados que foram reanimados e voltaram à vida pela força da Palavra de Deus. É o anuncio da restauração do povo de Israel. Deus mesmo vai tirar o seu povo do sepulcro infundindo o seu Espírito, como ele já o fez no Paraíso, quando criou o homem. Ezequiel profetizou a recriação do homem.
No evangelho Jesus ressuscita Lázaro, trata-se de um morto encerrado no sepulcro há quatro dias. É um sinal-milagre do poder de Jesus em restaurar a vida. O sinal de Jesus nos remete para o sinal de Ezequiel. Se o profeta viu a restauração à vida apenas em visão, com Jesus ocorre a realidade. Ele traz um morto à vida.
O sinal de Ezequiel e a volta de Lázaro a vida são sinais de uma realidade muito maior que acontece na Igreja, não de forma espetacular, mas sim percebida e vista pela fé, que acontece através dos sacramentos, que são os instrumentos pelos quais Jesus realiza a nova criação.
Quando fomos batizados Cristo nos chamou da morte para vida, das trevas para a luz, quando crismados recebemos o Espírito, na Eucaristia nos alimentamos da própria vida divina, quando pecamos somos perdoados através do sacramento da penitência que restaura a nossa comunhão com Deus que havíamos perdido com a nossa desobediência. Nestes momentos Jesus se comove com a nossa miséria, fica diante de nós, como fez com Lázaro e através do seu ministro, instrumento também miserável, nos chama a vida.
Quanto amor Jesus manifestou diante da morte de seu amigo Lázaro, quanto amor Ele manifesta diante de nossa morte espiritual. Ele que é a vida não pode suportar sinais de morte em nós e sempre nos chama para a vida. Escutemos o Senhor dizer: “Vem para fora”. Deixemos a morte e busquemos a vida. Não há casos sem solução. Mesmo que sejamos apenas ossos secos, mesmo que já estejamos no sepulcro, apenas confiemos, pois “se creres verás a glória de Deus”. Enfim diante de tanto amor escutemos Paulo e seguindo Jesus, vivamos não mais segundo a carne e sim segundo o Espírito.
Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu - Nações
Campina Grande - PB
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