quinta-feira, 17 de abril de 2014

Homilia - Ceia do Senhor e Lava pés - Jo 13, 1-5 



Com esta celebração entramos no Tríduo Pascal e com o lava-pés nos é revelado o significado da vida e da morte de Jesus que veio para servir aos homens. O Senhor faz o serviço de um escravo, lava os nossos pés para nos tornar aceitáveis na mesa da Eucaristia. É o ato supremo de amor de Jesus. Para ser salvo o homem precisa aceitar este ato e torná-lo seu incorporando-o na sua vida.
 
O evangelho mostra dois tipos de homens que não aceitam este amor: Judas, fechado em si mesmo e Pedro que simboliza o homem devoto que pensa não precisar deste amor. Mantendo-se fechados não podem aderir ao seguimento de Jesus e nem participar do seu banquete sacrifical.
 
A realidade da cruz e a realidade da última ceia estão ligadas uma a outra. O acontecimento da última ceia consiste no fato de Jesus distribuir o seu corpo e o seu sangue, ou seja, a sua existência terrena, dando-se a si mesmo. O evento da última ceia é uma antecipação da morte, uma explicação do seu sentido, em que a morte se torna um ato de amor, um serviço prestado a humanidade. A morte para Jesus é um ato de comunicação de Si, e nisto está à salvação dos homens, na medida em que o amor vence a morte.
 
A morte sem o ato infinito de amor vivido na ceia seria vazia, a ceia sem a morte seria um gesto sem realidade. A Ceia e a cruz são a origem da Eucaristia. Por isso, que a Igreja nunca entendeu a Eucaristia apenas como um banquete. Ela é também por natureza um sacrifício. Indo ao banquete da eucaristia nos alimentamos do sacrifício de Cristo.
 
As próprias palavras da consagração manifestam o caráter de sacrifício. Corpo entregue, sangue derramado. A eucaristia é um sacrifício por que torna presente a cruz. O sacrifício de Cristo é a Eucaristia. É uma só a vítima. O mesmo que se oferece agora pelas mãos dos sacerdotes foi o que se ofereceu a si mesmo na cruz. 

A eucaristia é também o sacrifício da Igreja. Com Cristo na missa toda a Igreja se oferece a Deus Pai. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos ao sacrifício de Cristo, e assim ganham um valor novo. 

A Eucaristia é o sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na Cruz. O papa João Paulo II afirmava que a eucaristia tem uma dimensão cósmica. No pão e no vinho, está “como que” o cosmos inteiro. Por isso, a Igreja eleva este sacrifício de ação de graças em reconhecimento ao Pai por toda a obra da criação.

A Eucaristia abarca toda a nossa vida e deve ser o centro da nossa existência. Não somente quando comungamos, mas também quando a adoramos e visitamos o Senhor no sacrário.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu – Nações

Campina Grande-PB

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