sábado, 19 de abril de 2014

Homilia da Vigília Pascal - O Sepulcro está vazio!



Nesta noite nos reunimos em vigília celebramos a vitória de Cristo sobre a morte. Celebramos a Páscoa do Senhor. Com São Gregório de Nazianzo proclamamos que: “A páscoa do Senhor é para nós a festa das festas, a solenidade das solenidades, que ultrapassa em glória não apenas as festas humanas, mas também aquelas que celebramos em honra de Cristo”. 

No início desta celebração o ambiente estava na mais profunda escuridão simbolizando o mundo distante de Deus. De repente o círio se ergue solene e imponente como Cristo do sepulcro vazio. Cume da história da salvação. 

O círio aceso representa o Cristo ressuscitado. Em meio à escuridão Cristo desponta como a verdadeira luz que ilumina desde Adão ate o último homem. Contemplando esta luz o homem é chamado a se dar conta de que em Cristo ele encontra o sentido para a sua vida, pois, a luz de Cristo o ilumina. Sem ela ele não pode encontrar a razão de sua existência. A fé em Cristo nos dá a entender o sentido de todas as coisas, da vida e da morte. 

Foram feitas diversas incisões no círio simbolizando Cristo como Senhor do tempo e do espaço. Cristo é o Senhor do tempo, pois tudo que aconteceu antes dele e depois dele aponta para Ele. É o Senhor do espaço, pois todas as maravilhas que existem no mundo são um raio de sua beleza. Senhor do espaço. 

Este círio é uma coluna, o centro do mundo, o eixo que sustenta toda a história. Este círio é uma torre que da terra se levanta e alcança o céu, não como a torre de Babel fruto do orgulho humano, mas a escada da humildade como dizia São Bento, onde o Filho de Deus desceu até nós e fez com que nós subíssemos até Deus. Assim, o círio é consequência da humildade de um Deus que se esvazia e desce para elevar o homem. A luz deste círio é obra da bondade do Pai e da humilhação do Filho. 

No escuro da Igreja somente o círio iluminava. Todos olhavam para ele qual única esperança nas trevas. Como seria bom se tivéssemos parado um pouco para contemplar esta realidade. O próprio Cristo já havia dito que quando elevado da terra atrairia para ele todos os seres. A luz de Cristo eleva o nosso olhar e fazendo isto ele nos ajuda a perceber que somente as realidades do alto como dizia São Paulo é que podem realizar a nossa vocação de sermos homens novos. 

No círio foram colocados cinco grãos de incenso lembrando as cinco chagas de Cristo, mostrando que Cristo ilumina a partir da sua entrega levada ao extremo do sacrifício. Como poderíamos chegar até a chama se não fosse o sacrifício do Filho, como poderíamos reproduzir em nós a vida de Jesus sem o acesso a esta chama que simboliza o dom do Espírito Santo que nos é dado na cruz de Cristo. 

Serão destas chagas principalmente do lado de Cristo que jorrando sangue e água Ele fundou a sua Igreja. São João Crisóstomo dizia que: “Assim como Deus formou a mulher do lado de Adão, também do lado de Cristo deu o sangue a água que simbolizam o Batismo e a Eucaristia para que surgisse a Igreja.” Por isso que na nossa celebração daqui a pouco abençoaremos a água para a o batismo e finalizaremos com a eucaristia. 

Entramos na noite mais clara que o dia! Mais luminosa que o sol! Mais branca que a neve! Mais brilhante que a lâmpada! Mais desejável que o paraíso! Enfim... Ó noite livre das trevas! Ó noite que repeles o sono! Ó noite que ensinas a vigiar com os anjos! Ó noite terrível para os demônios! Ó noite que apresentas a Igreja para o seu esposo! Ó noite na qual o herdeiro que é Cristo introduz a sua herdeira que é a Igreja na sua herança. Oh! noite....

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu
Campina Grande-PB

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