sábado, 26 de abril de 2014

 Homilia do II Domingo da Páscoa - Jo 20, 19-31


 FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA




Estamos na oitava da páscoa, durante esta semana celebramos a ressurreição de Jesus de um modo eminente meditando nas aparições do Senhor ressuscitado. Neste domingo a liturgia nos leva a contemplar a primeira comunidade cristã que contempla Jesus, mas que também aprende dele que “bem-aventurados são os que creem sem terem visto”. É a comunidade Cristã do futuro que acreditam, mas não viram o Senhor. Também neste domingo a Igreja celebra a festa da Divina Misericórdia. 
 
É do coração aberto de Cristo que nasce a Igreja e este coração é a própria misericórdia e desta misericórdia derramam-se graças sobre o mundo todo. Nenhuma pessoa que Dele se aproxima sai sem obter misericórdia. Toda a nossa miséria deve ser destruída na sua misericórdia, e toda graça brota dessa fonte salvadora e santificante.

Ninguém pode medir a extensão da sua bondade. Foi por nós que ele deixou-se pregar na cruz. Jamais o Senhor rejeita um coração humilhado. Entreguemos a ele todos os nossos pecados e ele nos cumulará com a sua misericórdia. 
 
Esta misericórdia que é o próprio Jesus nós devemos encontrar na comunidade dos seguidores de Jesus. A Igreja deve ser a casa da misericórdia que acolhe, que ama, que cuida e perdoa, por isso esta misericórdia tem como ponto alto o sacramento da penitência. É no Confessionário que ele continua a realizar os maiores prodígios. Para obtê-los não é necessário empreender longas peregrinações, mas basta aproximar-se com fé dos sacerdotes e confessar a nossa miséria. O milagre da misericórdia de Deus se manifestará em toda a plenitude. 
Quando nos aproximamos da confissão, Fonte de Misericórdia, devemos mergulhar toda a nossa miséria na divina misericórdia com grande confiança, para que ela possa derramar na nossa vida a abundância da Sua graça. 
 
Pois é o próprio Jesus quem nos espera no confessionário. Ele se oculta no sacerdote, mas é ele mesmo quem atua na pessoa. Ai, a miséria se encontra com o Deus da misericórdia. Porém, não esqueçamos que desta fonte da misericórdia as graças são colhidas apenas com o vaso da confiança. Se a nossa confiança for grande a generosidade de Jesus será grande. As torrentes da sua graça inundam as pessoas humildes. Os orgulhosos sempre estão na pobreza e miséria, porquanto graça se afasta deles para as humildes.

Ó Misericórdia divina insondável e inesgotável, quem vos poderá venerar e glorificar dignamente? Atributo máximo de Deus onipotente és a doce esperança para o homem pecador.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia de São Judas Tadeu
Campina Grande-PB

domingo, 20 de abril de 2014

Homilia do Domingo de Páscoa - Jo 20, 1-9

Com esta celebração chegamos ao coração do Tríduo Pascal. A Igreja mesmo caminhando neste mundo de trevas e, percebendo que em si existem situações de trevas, proclama a ressurreição de Jesus, a vitória do Senhor sobre o pecado e a morte. Isto é a Páscoa do Senhor... Não figura, não sombra, mas a verdadeira páscoa do Senhor. 

Cristo saiu vitorioso da morte. Esta vitória primeiro que tudo é a vitoria sobre a morte biológica. Ela é transformada de agora em diante em passagem, que deve completar-se na manifestação do Reino. Todos nós que buscamos a Cristo seremos transfigurados em seu corpo glorioso parecidos com o corpo de Cristo em sua transfiguração. 

A vitória sobre a morte é também a vitoria sobre a morte espiritual. É a vitória sobre o inferno, é a certeza de que ninguém mais ficará separado de Deus, de que todos estarão mergulhados em seu amor.
São Gregório Nazianzo afirmava: “Hoje é a salvação para o mundo. Cristo ressuscitou dos mortos, levantai-vos com ele. Cristo saiu do túmulo: livrai-vos das cadeias do mal. As portas do inferno foram abertas e as prisões da morte foram destruídas. O velho Adão foi vencido, o novo Adão sai vitorioso. Uma nova criação nasce em Cristo. Renovai-vos”.

Já São João Crisóstomo dizia: “Que ninguém deplore seus pecados: o perdão se levantou do túmulo. Que ninguém tenha medo da morte a morte do Salvador nos libertou. Cristo matou a morte quando ela o tinha acorrentado. Destruiu o reino da morte quando morreu”.

Ó Páscoa divina que desces do céu a terra e da terra sobes aos céus! De todos és a alegria, honra, alimento, delicia. Por ti foram dissipadas as trevas da morte, a todos se estendeu a vida, abriram-se as portas do céu. Mostrou-se Deus como homem e o homem foi feito Deus...

Por meio da ressurreição de Cristo encheu-se a grande sala das bodas, e todos agora trazem a veste nupcial. De modo divino e espiritual, em todos brilha, no corpo e na alma, a luz da graça, alimentada pelo óleo: Cristo. 

Suplicamos-vos, ó Senhor Deus, Cristo, Rei eterno dos espíritos, estendei as divinas mãos sobre a vossa Igreja, povo santo, sempre vosso! Defendei-o, guardai-o, conservai-o, e todos os inimigos combatei, derrotai, submetei-os.
Pe. Paulo Sérgio Araujo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu
Campina Grande-PB

sábado, 19 de abril de 2014

Homilia da Vigília Pascal - O Sepulcro está vazio!



Nesta noite nos reunimos em vigília celebramos a vitória de Cristo sobre a morte. Celebramos a Páscoa do Senhor. Com São Gregório de Nazianzo proclamamos que: “A páscoa do Senhor é para nós a festa das festas, a solenidade das solenidades, que ultrapassa em glória não apenas as festas humanas, mas também aquelas que celebramos em honra de Cristo”. 

No início desta celebração o ambiente estava na mais profunda escuridão simbolizando o mundo distante de Deus. De repente o círio se ergue solene e imponente como Cristo do sepulcro vazio. Cume da história da salvação. 

O círio aceso representa o Cristo ressuscitado. Em meio à escuridão Cristo desponta como a verdadeira luz que ilumina desde Adão ate o último homem. Contemplando esta luz o homem é chamado a se dar conta de que em Cristo ele encontra o sentido para a sua vida, pois, a luz de Cristo o ilumina. Sem ela ele não pode encontrar a razão de sua existência. A fé em Cristo nos dá a entender o sentido de todas as coisas, da vida e da morte. 

Foram feitas diversas incisões no círio simbolizando Cristo como Senhor do tempo e do espaço. Cristo é o Senhor do tempo, pois tudo que aconteceu antes dele e depois dele aponta para Ele. É o Senhor do espaço, pois todas as maravilhas que existem no mundo são um raio de sua beleza. Senhor do espaço. 

Este círio é uma coluna, o centro do mundo, o eixo que sustenta toda a história. Este círio é uma torre que da terra se levanta e alcança o céu, não como a torre de Babel fruto do orgulho humano, mas a escada da humildade como dizia São Bento, onde o Filho de Deus desceu até nós e fez com que nós subíssemos até Deus. Assim, o círio é consequência da humildade de um Deus que se esvazia e desce para elevar o homem. A luz deste círio é obra da bondade do Pai e da humilhação do Filho. 

No escuro da Igreja somente o círio iluminava. Todos olhavam para ele qual única esperança nas trevas. Como seria bom se tivéssemos parado um pouco para contemplar esta realidade. O próprio Cristo já havia dito que quando elevado da terra atrairia para ele todos os seres. A luz de Cristo eleva o nosso olhar e fazendo isto ele nos ajuda a perceber que somente as realidades do alto como dizia São Paulo é que podem realizar a nossa vocação de sermos homens novos. 

No círio foram colocados cinco grãos de incenso lembrando as cinco chagas de Cristo, mostrando que Cristo ilumina a partir da sua entrega levada ao extremo do sacrifício. Como poderíamos chegar até a chama se não fosse o sacrifício do Filho, como poderíamos reproduzir em nós a vida de Jesus sem o acesso a esta chama que simboliza o dom do Espírito Santo que nos é dado na cruz de Cristo. 

Serão destas chagas principalmente do lado de Cristo que jorrando sangue e água Ele fundou a sua Igreja. São João Crisóstomo dizia que: “Assim como Deus formou a mulher do lado de Adão, também do lado de Cristo deu o sangue a água que simbolizam o Batismo e a Eucaristia para que surgisse a Igreja.” Por isso que na nossa celebração daqui a pouco abençoaremos a água para a o batismo e finalizaremos com a eucaristia. 

Entramos na noite mais clara que o dia! Mais luminosa que o sol! Mais branca que a neve! Mais brilhante que a lâmpada! Mais desejável que o paraíso! Enfim... Ó noite livre das trevas! Ó noite que repeles o sono! Ó noite que ensinas a vigiar com os anjos! Ó noite terrível para os demônios! Ó noite que apresentas a Igreja para o seu esposo! Ó noite na qual o herdeiro que é Cristo introduz a sua herdeira que é a Igreja na sua herança. Oh! noite....

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu
Campina Grande-PB

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Homilia Sexta-Feira Santa - Paixão do Senhor



A liturgia deste dia nos introduz no tema da paixão. Escutamos na profecia de Isaias e no salmo alguns pormenores do sofrimento do Senhor. Cristo está totalmente conformado com a vontade do Pai e com o Pai quer o sacrifício de si mesmo para a salvação da humanidade. O amor que une o Pai com o Filho que é o Espírito Santo impele tanto o Pai a entregar o Filho, quanto o Filho a dar-se pela nossa salvação. 

Dizer que Deus não poupou seu próprio Filho, significa que não o poupou para si mesmo, não o reservou para si como tesouro, objeto de ciúme. O Pai não apenas recebe o sacrifício do Filho, mas é quem faz o sacrifício de nos dar o Filho. O Pai não fica contemplando o sacrifício do Filho lá do céu, mas está com o Filho. O sacrifício do Filho é morrer na cruz e o sacrifício do Pai é entregar o Filho. Podemos exultar com Santo Agostinho: “Como nos amastes o Pai bondoso, que não poupastes teu único Filho, mas o entregastes por nós pecadores, como nos amastes”.

Só um amor infinito pode explicara a desconcertante humilhação do Filho de Deus. São Paulo na segunda leitura afirma que Cristo não se apegou as honras divinas, mas se fez servo.


Por isso, a liturgia nos convida a fixar o nosso olhar na glória de Cristo, para nos prepararmos bem para compreendermos a profundidade de sua paixão humilhante, caminho necessário para a exaltação. Não se trata, pois de seguir Jesus em uma hora, mas, sim de segui-lo até o calvário onde, morrendo na cruz, triunfará para sempre do pecado e da morte.


São estes os sentimentos que a Igreja manifesta quando, ao abençoar os ramos, reza para que o povo cristão complete o ritual externo com profunda devoção, triunfando do inimigo e honrando, com todo o coração, a misericordiosa obra da salvação do Senhor. Não existe maneira mais bela de honrar a paixão de Cristo do que conformar-se com ela para, com Cristo, triunfar do inimigo, o pecado.


Para isso, a Igreja propõe para a nossa consideração a paixão do Senhor com toda a sua realidade nua e crua, para que fique bem claro que ele sendo verdadeiro Deus é verdadeiro homem, e como tal enfrentou o sofrimento fazendo-se irmão dos homens a ponto de partilhar com eles a morte para que estes participassem de sua divindade.


Da maior aniquilação nasce a maior glorificação, mesmo como homem cristo é nomeado Senhor de todas as criaturas e exerce o seu domínio resgatando os homens do pecado e comunicando-lhes a vida divina.


Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu
Campina Grande-PB

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Homilia - Ceia do Senhor e Lava pés - Jo 13, 1-5 



Com esta celebração entramos no Tríduo Pascal e com o lava-pés nos é revelado o significado da vida e da morte de Jesus que veio para servir aos homens. O Senhor faz o serviço de um escravo, lava os nossos pés para nos tornar aceitáveis na mesa da Eucaristia. É o ato supremo de amor de Jesus. Para ser salvo o homem precisa aceitar este ato e torná-lo seu incorporando-o na sua vida.
 
O evangelho mostra dois tipos de homens que não aceitam este amor: Judas, fechado em si mesmo e Pedro que simboliza o homem devoto que pensa não precisar deste amor. Mantendo-se fechados não podem aderir ao seguimento de Jesus e nem participar do seu banquete sacrifical.
 
A realidade da cruz e a realidade da última ceia estão ligadas uma a outra. O acontecimento da última ceia consiste no fato de Jesus distribuir o seu corpo e o seu sangue, ou seja, a sua existência terrena, dando-se a si mesmo. O evento da última ceia é uma antecipação da morte, uma explicação do seu sentido, em que a morte se torna um ato de amor, um serviço prestado a humanidade. A morte para Jesus é um ato de comunicação de Si, e nisto está à salvação dos homens, na medida em que o amor vence a morte.
 
A morte sem o ato infinito de amor vivido na ceia seria vazia, a ceia sem a morte seria um gesto sem realidade. A Ceia e a cruz são a origem da Eucaristia. Por isso, que a Igreja nunca entendeu a Eucaristia apenas como um banquete. Ela é também por natureza um sacrifício. Indo ao banquete da eucaristia nos alimentamos do sacrifício de Cristo.
 
As próprias palavras da consagração manifestam o caráter de sacrifício. Corpo entregue, sangue derramado. A eucaristia é um sacrifício por que torna presente a cruz. O sacrifício de Cristo é a Eucaristia. É uma só a vítima. O mesmo que se oferece agora pelas mãos dos sacerdotes foi o que se ofereceu a si mesmo na cruz. 

A eucaristia é também o sacrifício da Igreja. Com Cristo na missa toda a Igreja se oferece a Deus Pai. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos ao sacrifício de Cristo, e assim ganham um valor novo. 

A Eucaristia é o sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na Cruz. O papa João Paulo II afirmava que a eucaristia tem uma dimensão cósmica. No pão e no vinho, está “como que” o cosmos inteiro. Por isso, a Igreja eleva este sacrifício de ação de graças em reconhecimento ao Pai por toda a obra da criação.

A Eucaristia abarca toda a nossa vida e deve ser o centro da nossa existência. Não somente quando comungamos, mas também quando a adoramos e visitamos o Senhor no sacrário.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu – Nações

Campina Grande-PB

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Quarta-Feira da Semana Santa


Encontro Doloroso do Filho com a Mãe


Por: Ir. Guilherme Lucena, inicando da OFS

A Santíssima Virgem Maria teve vários encontros com Jesus, mas este era preferível que não acontecesse. A Mãe, cheia de dor, vai ao encontro do FILHO que se dirige ao calvário levando às costas um pesado madeiro.

Encontro que dispensa palavras, pois fala por si; encontro doloroso que deixa marcas. Sua dor é inigualável. Maria sofre mais ainda por nada poder fazer nesse instante para aliviar o sofrimento de Jesus e também o seu.

Maria renunciou a tudo, até aos direitos sobre seu filho, derivados dos vínculos de sangue. O SIM da Anunciação tinha sido a sua assinatura em branco no plano de Deus. Tinha sido a aceitação incondicional de um mistério que se revelaria a pouco e pouco - e, de casa vez, por meio de um rasgão sangrento - no decurso de sua existência. Maria ofereceu, generosa e cândida na vontade do Pai, o seu Cristo aos homens. E deve assistir à destruição do seu presente, executada pelos homens. Maria é, por excelência, a criatura do encontro. “Cheia de graça, foi o lugar de encontro entre Deus e a humanidade”. Na sua pessoa, o homem fugitivo foi, finalmente, alcançado por Deus, que nunca se resignara àquele afastamento. 

O encontro ao longo do caminho que leva ao “Lugar da Caveira” não tem outro significado que esta comum consciência de um sacrifício ilimitado. É o último “sim”. Cristo já pode retomar seu caminho. Melhor, nem se deteve...

OREMOS: 
Maria, nesta Quarta-feira santa ajuda-nos a sermos, também nós, criaturas de encontro. Convence-nos a deixar-nos alcançar por Deus a render-nos a Ele. Que em nós haja suficiente silêncio para escutar a Sua palavra de salvação e de conversão. Convence-nos desta verdade: só quem encontra Deus é capaz de encontrar verdadeiramente os homens. Amém!



Pai Nosso...
Ave Maria...
Glória ao Pai...

domingo, 13 de abril de 2014

Semana Santa - Retiro Espiritual


Por Ir. Guilherme Lucena, iniciando da OFS

Caros Irmãos e Irmãs Franciscano(a)s, hoje iniciamos com a Solenidade de Domingo de Ramos a Semana Santa. Durante 40 dias estivemos em oração, jejum e penitência em preparação para um grande momento da Igreja, a Festa da Páscoa. 

Semelhante ao povo que aclamou Jesus como Rei em sua entrada triunfal em Jerusalém, a Igreja relembra esse evento e torna atual a manifestação do povo de Deus quando com ramos de árvores aclama e reconhece o único e verdadeiro Rei. O interessante dessa festa é que mesmo sendo Deus, como afirma São Paulo, Jesus não se tornou um usurpação, mas preferiu se igualar a nós em toda condição humana. Ele entra em Jerusalém para celebrar a sua Páscoa e não mais a dos judeus. Sofre, perece, angustia-se e morre por todos nós. 

O Povo aclama "Rei dos Judeus". Grita, estende os mantos para ele passar, arranca ramos de palmeiras e saúdam. Mais, este mesmo povo, gritará: "Crucifica-o, Crucifica-o". O motivo pelo qual Jesus é condenado a morte é exatamente esse: Ser o Rei dos Judeus. 

A qual grupo de pessoas fazemos parte?

Iniciando esta semana, convido a todos a realizar um pequeno exercício espiritual. Peçamos a intercessão de nosso pai seráfico São Francisco que nos ajude a compreender melhor estes mistérios. 

Para Hoje, Domingo de Ramos rezemos:

Oh Jesus, tu verdadeiramente és o nosso Rei,
que possamos sempre mais reconhece-lo no rosto sofrido dos nossos irmãos e irmãs necessitados.
Senhor, que o teu reinado em nossas vidas seja eterno e
que o nosso coração seja o teu trono.
Amém

Pai Nosso...
Ave Maria...
Glória ao Pai...

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sábado, 12 de abril de 2014

Homilia - Domingo de Ramos - Mt 27,11-54





Hoje começa a Semana Santa, nesta semana lembramos a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus. O Filho de Deus para que eu tivesse vida assumiu a minha morte. 


Escutamos o profeta Isaías afirmar que “O Senhor abriu-me o ouvido, para prestar atenção como um discípulo”. Como seria bom se durante esta semana ficássemos sentados aos pés de Jesus como Maria, a irmã de Lázaro, e aprendêssemos do Senhor as preciosas lições que a sua vida nos oferece. Assumíssemos verdadeiramente o nosso discipulado. 

Confessaremos que o Filho de Deus é o Salvador do mundo. Aprenderemos do Senhor como se deu esta salvação ao preço da cruz escolhido livremente pelo Senhor como dizia Santo Tomás de Aquino. 

Na segunda leitura Paulo revela o motivo que fez o Filho de Deus escolher este caminho: a humildade. Ele não humilhou os outros, mas a si mesmo. Derrubou o orgulho e a soberba humana por dentro e não por fora. Verdadeiramente a cruz era causa de infâmia. Cícero, o senador romana, afirmava “que a cruz era uma coisa que se devia manter afastada não somente dos olhos, mas até dos ouvidos dos romanos”. 

Há um paralelo entre Cristo e Adão (Gn 3). Este por tentação diabólica, sendo homem ambicionou ser como Deus, desejando ser como Deus tornou-se pela soberba igual a um demônio. Pelo contrário, Jesus Cristo, sendo Deus, despojou-se de sua glória: escolheu o caminho da humildade perante a soberba de Adão. A obediência de Cristo repara a desobediência do primeiro homem e dá à humanidade a possibilidade de recuperar a dignidade que havia perdido no paraíso. 

“Que há de mais humilde - pergunta São Gregório de Nissa - que entrar em comunhão com a nossa pobre natureza? O Senhor dos senhores reveste-se da forma de nossa escravidão”. Este despojamento é uma manifestação da infinita misericórdia de Deus quer quis ir ao encontro do homem. A sua atitude amorosa merece a correspondência do nosso amor. 

Cristo morre carregando a cruz de todas as humilhações. Se há uma pessoa que tem noção do que seja a cruz é Maria a sua mãe. Ela carregou com ele o opróbrio da cruz. Os apóstolos conheceram o poder da cruz, Maria conheceu também a sua fraqueza. Enfim Colocar-se como discípulo do Senhor é aprender o caminho da humildade. Pois - como afirma São José Maria Escrivá- o Senhor com a sua morte nos deu uma bela lição de humildade.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu - Nações
Campina Grande-PB


sábado, 5 de abril de 2014

Homília V Domingo da Quaresma - Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45




Na liturgia de hoje estamos diante de mais um “sinal” de Jesus: a “ressurreição de Lázaro”. Próximo da Semana Santa onde Jesus vai oferecer a sua vida, a Igreja quer incutir em nós que, este fato acontecido com Lázaro é um sinal para toda a humanidade. Jesus se apresenta aqui como a ressurreição, a vida plena, a vida divina. Jesus é a plenitude da nossa existência. Com ele a nossa peregrinação neste mundo não termina no nada, no vazio, mas na plenitude da glória.

A primeira leitura tirada de Ezequiel é o final da profecia-sinal sobre a restauração dos ossos secos: Deus mandou o profeta dizer uma profecia sobre os ossos ressecados que foram reanimados e voltaram à vida pela força da Palavra de Deus. É o anuncio da restauração do povo de Israel. Deus mesmo vai tirar o seu povo do sepulcro infundindo o seu Espírito, como ele já o fez no Paraíso, quando criou o homem. Ezequiel profetizou a recriação do homem. 

No evangelho Jesus ressuscita Lázaro, trata-se de um morto encerrado no sepulcro há quatro dias. É um sinal-milagre do poder de Jesus em restaurar a vida. O sinal de Jesus nos remete para o sinal de Ezequiel. Se o profeta viu a restauração à vida apenas em visão, com Jesus ocorre a realidade. Ele traz um morto à vida. 

O sinal de Ezequiel e a volta de Lázaro a vida são sinais de uma realidade muito maior que acontece na Igreja, não de forma espetacular, mas sim percebida e vista pela fé, que acontece através dos sacramentos, que são os instrumentos pelos quais Jesus realiza a nova criação. 

Quando fomos batizados Cristo nos chamou da morte para vida, das trevas para a luz, quando crismados recebemos o Espírito, na Eucaristia nos alimentamos da própria vida divina, quando pecamos somos perdoados através do sacramento da penitência que restaura a nossa comunhão com Deus que havíamos perdido com a nossa desobediência. Nestes momentos Jesus se comove com a nossa miséria, fica diante de nós, como fez com Lázaro e através do seu ministro, instrumento também miserável, nos chama a vida. 

Quanto amor Jesus manifestou diante da morte de seu amigo Lázaro, quanto amor Ele manifesta diante de nossa morte espiritual. Ele que é a vida não pode suportar sinais de morte em nós e sempre nos chama para a vida. Escutemos o Senhor dizer: “Vem para fora”. Deixemos a morte e busquemos a vida. Não há casos sem solução. Mesmo que sejamos apenas ossos secos, mesmo que já estejamos no sepulcro, apenas confiemos, pois “se creres verás a glória de Deus”. Enfim diante de tanto amor escutemos Paulo e seguindo Jesus, vivamos não mais segundo a carne e sim segundo o Espírito.

Pe. Paulo Sérgio Araújo Gouveia
Paróquia São Judas Tadeu - Nações
Campina Grande - PB


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Papa Francisco decreta santo o Pe. Anchieta  


O Papa Francisco assinou nesta quinta-feira (3) um decreto que proclama santo o jesuíta espanhol José de Anchieta, conhecido como Padre Anchieta, mais de 400 anos após a abertura de seu processo de canonização. Segundo o Vaticano, esse é o primeiro santo de 2014 e o segundo jesuíta a ser canonizado por Francisco. Antes dele, em dezembro de 2013, foi a vez do francês Pedro Fabro.
São José de Anchieta, que viveu no século 16, atuou no Brasil na maior parte de sua vida. Foi um dos fundadores da cidade de São Paulo.  Ele é o terceiro santo a ter laços estreitos com o país. A primeira foi Madre Paulina, santa desde 2002. Em seguida, veio Frei Galvão, brasileiro nascido em Guaratinguetá (SP), proclamado Santo Antônio de Sant'Ana Galvão em 2007 por Bento XVI, em visita ao Brasil.
Entretanto, diferentemente de Madre Paulina e Frei Galvão, José de Anchieta não teve seus dois supostos milagres reconhecidos pelo Vaticano. Relatos de mais de 400 anos apontam que esses feitos aconteceram, mas o longo tempo passado desde então impossibilita sua comprovação, segundo historiadores.

A canonização de Anchieta, portanto, se dará por seu trabalho missionário feito no Brasil, principalmente pela catequização de índios no período da colonização, além da fundação de missões jesuítas em várias províncias brasileiras.
Nascido nas Ilhas Canárias, arquipélago que pertence à Espanha, Anchieta ingressou aos 17 anos na Companhia de Jesus, congregação religiosa fundada no século 16 e responsável pelo processo de evangelização na América Latina. Aprendeu a língua nativa (o tupi) e, com a ajuda de curumins (crianças índias) que exerciam o papel de tradutores, escreveu o livro "Arte de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil", que ajudava outros religiosos a entender a língua indígena durante o processo de catequização do Brasil-Colônia.
o longo da vida, Anchieta ficou conhecido por sua característica de conciliador. Exerceu papel fundamental durante o conflito entre índios tamoios (ou tupinambás) e tupiniquins, chamado de Confederação dos Tamoios. 
Na época, os tamoios, apoiados pelos franceses, se rebelaram contra os tupiniquins, que recebiam suporte dos portugueses. Para apaziguar os ânimos, Anchieta se ofereceu para ficar de refém dos tamoios na aldeia de Iperoig (onde atualmente fica Ubatuba, no litoral norte de SP), enquanto outro jesuíta, o padre Manoel da Nóbrega, seguiu para o litoral paulista para negociar a paz.
Enquanto esteve "preso", a devoção de Anchieta à Virgem Maria o fez escrever na areia da praia a obra "Poema à Virgem", com quase 5 mil versos. A imagem desse momento foi retratada séculos depois pelo artista Benedito Calixto, no quadro que leva o mesmo nome da obra literária e está exposto atualmente no Museu Anchieta.
Anos depois, o padre foi nomeado "Províncial do Brasil" da Companhia de Jesus, responsável por todas as missões jesuítas do país. Assim, visitou várias regiões até morrer, aos 63 anos.
São José de Anchieta, Rogai por nós!
Fonte:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/papa-francisco-assina-decreto-que-torna-santo-o-padre-jose-de-anchieta.html