Hoje a liturgia da Igreja peregrina se une a liturgia da Igreja celeste para celebrar Jesus Cristo como Senhor e fonte de toda a santidade. Na primeira leitura escutamos que há uma multidão imensa de gente de todas as raças que estão diante do Cordeiro trajando vestes brancas e trazem palmas nas mãos. Estas vestes brancas são símbolos do nosso batismo, pois a fonte da santidade está na vivencia do batismo. O cristão que assume o seu batismo com coerência caminha rumo à santidade.
A santidade não se alcança sem lutas e dificuldades. A multidão que João contempla são os que vieram da grande tribulação. Os santos alcançaram a glória através das tribulações, pois todo o batizado está associado à paixão de Cristo para poderem um dia participar da sua glória. Trazendo palmas nas mãos que são símbolos da vitória.
A Igreja não se cansa de repetir que somos chamados à santidade, o Concilio Vaticano II afirma: “Todos na Igreja quer pertençam a hierarquia quer pertençam aos leigos são chamados a santidade”. Jesus, mestre e modelo de toda a perfeição, pregou a santidade de vida, de que Ele é o autor e consumador, a todos os seus discípulos.
Mas o que é a santidade? A santidade cristã não está baseada em uma vida moralmente perfeita e sim em uma comunhão amorosa com Deus, em viver a vida de Deus em nós.
A santidade consiste, própria e exclusivamente, na conformidade com o querer de Deus, manifestada no cumprimento dos deveres do próprio estado. O esposo se santifica como esposo, a esposa como esposa, o jovem como jovem, o padre como padre. A santidade não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas no cumprimento do dever. A santidade acontece quando nos abrimos à ação poderosa do Espírito Santo que recebemos nos sacramentos do batismo, confirmação e também na Eucaristia.
Esta santidade que esta enraizada no batismo deriva da nossa filiação divina. O Pai nos concedeu um grande presente o de sermos chamados filhos de Deus. E João afirma que verdadeiramente o somos. Porém, não se trata de um titulo, nem de uma metáfora ou uma mera adoção humana: a filiação divina é uma característica fundamental da vida do cristão, uma grande realidade na qual o homem é introduzido na intimidade divina e nos torna familiares de Deus. Não estamos destinados a uma felicidade qualquer, porque somos chamados a comunhão divina, a conhecer e a amar a Deus Pai, a Deus Filho e a Deus Espírito Santo.
Jesus não veio para suprimir o sofrimento, mas torná-lo um meio de salvação e de bem aventurança eterna. A pobreza, as aflições, as injustiças vividos com os olhos fixos em Cristo podem ser para o cristão um meio de purificação e renovação espiritual. O itinerário das bem aventuranças foi percorrido pelo próprio Jesus que quis tomar sobre si as misérias e sofrimentos da humanidade.
Quem são os santos? São os bem-aventurados, os felizes desta terra. Quem pode ser santo? Todos. Como ser santo? Basta unir-se a Deus através dos sacramentos, da oração e duma luta contínua para dar viver a vontade de Deus. Qual é a finalidade de uma pessoa santa? Unir-se ao Santo dos santos e arrastar livremente muitas outras pessoas que lutaram para alcançar a santidade, a felicidade, a plenitude da vida.
Pe. Paulo Sérgio
Vigário paroquial da catedral diocesana
Diocese de Campina Grande
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