O primeiro domingo após o Natal é dedicado à Sagrada Família. Em primeiro plano está hoje a lembrança e a veneração à família de Nazaré. A história da Sagrada Família é ocasião para uma reflexão sobre a família em geral, feita à luz da Palavra de Deus.
A primeira leitura fixa a atenção sobre o respeito e a honra que devem caracterizar as relações entre os membros de uma mesma família, sobretudo entre pais e filhos. Trata-se, praticamente, de um comentário ao quarto mandamento. E, mais, há aquela veemente exortação a respeitar o ancião, que é, sem dúvida, uma das atitudes que precisam ser repetidas com mais insistência nesta nossa sociedade: Meu filho ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida. Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte. Como poderíamos prosseguir com mais conselhos para refletirmos e seguirmos.
Hoje se fala que a família é sustentada pela compreensão, o diálogo, o respeito, mas também pelo amor, este é o mais importante. No lar de Nazaré verificamos este ideal de convivência: misericórdia, bondade, doçura, perdão, humildade e amor. O amor é a necessidade máxima do ser humano. A vida é essencialmente, amor, tanto em sua origem, como em seu desenvolvimento e finalidade. Quando morre o amor, nada mais é possível, está perdida a família e o lar, não é senão um hotel, um dormitório e uma prisão para todos: para o pai e a mãe que pensam no divórcio ou no aborto como uma libertação, e para os filhos que fogem de casa ou sem, emancipam prematuramente.
Quando não existe amor, não se solucionam as dificuldades inevitáveis que surgem em todos os matrimônios e famílias, as diferenças entre marido e esposa, entre pais e filhos. Porque o amor é a fonte, a vida e a alma de toda estrutura familiar, pois onde reina o amor, Deus aí está. Só salvaremos nossa família pelo amor uns pelos outros. Quando entre marido e esposa há amor, e se cresce continuamente nele; a lei do divórcio pouco tem valor. Quando no diálogo com os filhos há amor, não é preciso se recorrer, ao princípio de autoridade, que é a última instância. Quando os filhos veem em seus pais, amor mútuo, plena honradez e sinceridade e entre eles mesmos e a respeito deles, compreendem que podem contar com verdadeiros amigos e companheiros que lhes querem bem, os amam desinteressadamente e respeitam sua pessoa.
Acredito que é possível atualmente que dois jovens se conheçam e percebam que se querem bem, um bem especial, diferente de qualquer outro sentimento, até então experimentado. É possível que seu amor amadureça até tomar posse de todo o seu ser e transformá-los. É possível que cheguem assim um dia, diante do altar para pedir a Deus, com a confiança de filhos, que consagre o seu amor. O real segredo é não perder nunca o contato e não se separar da raiz da qual nasceu a família: o amor.
A Igreja é a família dos filhos de Deus que se reúne em cada semana para ouvir a Palavra de Deus, falar com Ele, e celebrar uma refeição comum em que o próprio Jesus é o alimento. A Eucaristia é o grande sacramento da família cristã, pois é a mesa do pão familiar que nosso Pai nos prepara, nosso Pai do Céu que nos ama e nos dá tudo de bom. Devemos preparar este encontro com alegria, procurando comparecer na graça de Deus e agradecendo ao Senhor este convite que nos faz. Maria, Mãe da Igreja e de cada um de nós, ajudar-nos-á a melhorar cada vez mais as nossas famílias. Amém.
Pe. Hebert Pereira
Paróquia de Nossa Senhora das Dores - Monteiro-PB
Diocese de Campina Grande
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