sábado, 20 de setembro de 2014

Convite do Ministro da OFS Campina Grande

Irmãs e Irmãos, Paz e Bem!

Todos bem-vindos à Reunião Ordinária OFS deste Domingo, 21, preparada com muito carinho pelo Conselho da Fraternidade, quinta-feira última, na Casa Franciscana.

Vamos celebrar neste Domingo os Estigmas de Nosso Pai Seráfico – 17 de setembro –, assim como divulgar a Festa de Nosso Pai Seráfico 2014 da Paróquia de São Francisco, e tratar de outros assuntos.


Campanha do Som do Convento de São Francisco

Ainda estamos na campanha ao novo serviço de som da Igreja de S. Francisco – a Irmã Lívia Pontes está com a cartela do bingo. Adquira a sua! 

Encontro Distrital da OFS


Encontro do Distrito Campina Grande do Regional PB-RN da OFS acontecerá neste domingo, 21/09, na cidade de Soledade. O Encontro vai reunir, além das Fraternidades de Campina e de Soledade, esta anfitriã, as Fraternidades da OFS de Areial, Esperança, Lagoa Seca, Genipapo e São Vicente do Seridó.

Como sempre, Encontro feliz de Convívio Fraterno e Espiritualidade Franciscana, sempre de muito proveito para nós seculares ao avivamento de nosso carisma de Família Franciscana. 

Homilia XV Domingo Comum - Mt 20,1-16



Nesta liturgia o Senhor nos diz que “meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e, vossos caminhos não são como os meus caminhos”. A lógica de Deus é totalmente contrária a nossa lógica. Podemos entender como o ponto alto das reflexões dos últimos domingos. Neles Escutamos Jesus dizer que “era necessária a cruz”, ouvimos o Senhor dizer a Pedro que “não pensas como Deus e segundo os homens” celebramos a exaltação da Santa Cruz, exaltação que segundo Paulo é a humilhação de Jesus pregado na cruz.
 
Verdadeiramente, muitos textos da Palavra de Deus soam para nós com muita dificuldade, não conseguimos compreender por que Deus age assim. Se olharmos outros textos encontramos Deus dizendo que “o povo caminhou no deserto para ser humilhado e saber o que estava no coração (Deut 8)”, Paulo diz que “é necessário passar por muitas provações para entrar no Reino de Deus”. Estas e outras palavras nos desnorteiam, pois segundo os nossos pensamentos, servir a Deus, buscar a sua presença é algo que nos leva a felicidade e ao bem estar. Como é possível que este Deus que é amor “entrega seu único Filho nas mãos dos pecadores?” Como é possível acreditar em um Deus que neste momento em que passo por tantas dificuldades clamo a Ele e ele simplesmente silencia e não se coloca a disposição para resolver meus problemas? Como acreditar que Deus é amor quando uma criança inocente que tinha toda a vida pela frente morre de câncer ou um jovem morre prematuramente? 

Porém, Jesus no evangelho nos ensina que o problema não é Deus e sim a nossa mentalidade. Na realidade Deus é bom, justo, sempre está atento as nossas necessidades, mas a sua maneira de agir é diferente da nossa lógica. O caminho que nos salva não é o caminho da grandeza, do tirar proveito em tudo e sim o caminho do ser simples, pequeno. Deus nos salva não “pela sabedoria humana e sim pela loucura da Cruz”. Nós é que não acertamos ainda os nossos passos com os de Deus. É preciso pensar como Deus pensa, querer o que Deus quer, ver o mundo com os olhos de Deus. No evangelho da tempestade em que Jesus dormia o problema não era a tempestade e sim a falta de fé dos discípulos. 

E como poderemos chegar a pensar como Deus pensa? Primeiro que tudo rezando, pois é preciso que o Pai revele os seus pensamentos para nós e ele o faz pelo Filho no Espírito Santo. Então antes de tudo uma vida conduzida pelo Espírito. Depois meditando a Palavra de Deus, encarnando o evangelho em nossas vidas. Fazendo Lectio Divina. È na Bíblia e na doutrina da Igreja que poderemos conformar a nossa mentalidade com a de Deus ou chegarmos mais próximos do pensar de Deus. 

E que maravilha quando isso acontece! Descobrimos a verdadeira paz, uma felicidade que não é deste mundo. Passamos a ver o mundo com o olhar de Deus e começamos a constatar que nada está “fora do seu lugar”, que tudo tem uma lógica perfeita, nada acontece sem a permissão de Deus e o que ele permite é sempre o melhor. Santo Agostinho vai dizer que até mesmo os nossos pecados se tornam caminho de purificação e renovação da nossa vida. Aquele fato doloroso já não doe tanto, aquela revolta já não atinge mais, aquela humilhação tornou-se caminho de revelação da verdadeira grandeza, aquela morte repentina já estava na lógica de Deus. Ele é o maior e tudo está nas mãos Dele e tudo o que Ele faz é maravilhoso. E verdadeiramente o seu pensamento é o único verdadeiro, o seu caminho é o único certo. Não entendemos tudo o que acontece, mas para que se preocupar ou sofrer com isso? Deus sabe o motivo e no final tudo dará certo, é só confiar naquele que jamais nos abandona e que é o Senhor da historia.

Pe. Paulo Sérgio Gouveia
Vigário paroquial da Catedral diocesana
Diocese de Campina Grande

sábado, 13 de setembro de 2014

Homilia - Exaltação da Santa Cruz



Neste domingo celebramos a festa da Santa Cruz. A cruz foi o instrumento usado por Jesus para ser exaltado com a finalidade de atrair todos a Ele. Cristo é exaltado “humilhando-se obediente até a morte e morte de cruz” vai dizer São Paulo na segunda leitura. O instrumento que no império Romano simbolizava a humilhação tornou-se para Jesus “o meio” para salvar para toda a humanidade. 

Na primeira leitura ouvimos um texto do livro dos Números. Fala sobre as serpentes venenosas. A serpente aparece pela primeira vez na bíblia quando os nossos primeiros pais foram tentados. Deus lhes havia dado uma Palavra, mas eles escolheram ouvir a palavra da serpente e por isso, pecaram perdendo a comunhão com Deus. A palavra da serpente é uma palavra que conduz a morte.

Agora Israel está caminhando pelo deserto. Deus lhe havia concedido o pão do céu, o maná para que eles se alimentassem, mas Israel ficou enjoado com este alimento, que para eles é um “alimento miserável”. O maná é símbolo da Palavra de Deus, a única que pode dar vida ao homem. Negando a Palavra de Deus, o homem passa a ouvir a outra palavra que conduz a morte. Aqui aparece novamente a serpente que uma vez picando mata. São Beda dirá que: “as feridas das serpentes são os vícios que destroem a alma com a morte espiritual”. 

Para salvar o povo das serpentes Deus mandou que Moisés fizesse uma serpente de bronze “como sinal” e a colocasse em uma haste. Olhando para ela o povo seria salvo. Santo Agostinho comentando este texto diz: “Ser curado por uma serpente é grande mistério! O que quer dizer ser curado do veneno de uma serpente olhando a serpente? Crer em um morto (Jesus) para ser salvo da morte”. 

Este serpente de bronze é sinal de Jesus Cristo a verdadeira Palavra. Escutemos mais uma vez São Beda: “A serpente de bronze é uma figura de Jesus que veio nos salvar na semelhança da nossa carne pecadora, o mesmo que a serpente de bronze era semelhante às serpentes venenosas, porem não tinha o veneno mortal. Assim também o redentor do gênero humano não se vestiu da carne pecadora, mas de carne semelhante à carne do pecado sofrendo nela a morte para que os que cressem nele tivessem a vida”. 

Já Santo Efrém diz: “A serpente atacou Adão no paraíso e o matou. Também atacou Israel no deserto e o matou. Assim como por meio da serpente de bronze viveram corporalmente os que corporalmente a contemplaram, assim também viveram aqueles que veem espiritualmente o corpo de Jesus cravado na cruz e acreditam nele.”

Mas podemos nos perguntar por que a palavra da serpente conduz a morte e a mensagem da cruz conduz a vida? Por que a palavra da serpente é uma palavra orgulhosa, prepotente que torna o homem egoísta e o afasta de Deus. Todas as vezes que nos deixamos guiar pelo orgulho perdemos o nosso referencial de criatura e passamos a viver na ilusão de que podemos tudo. 

Enquanto que, a Palavra de Deus é uma palavra humilde e o que nos salva é a palavra humilde, é a humildade que atrai sobre nós o olhar de Deus, éa humildade que nos eleva para o céu. Este é o único caminho. Cristo não nos salvou tornando-se imperador romano, mas sim se deixando pregar em uma cruz, tornando-se humilhação, “esvaziando-se de si mesmo”. A cruz fere o nosso orgulho e o destrói. Por isso, que celebrar a exaltação da santa cruz é contemplar o crucificado e ir ao encontro dos crucificados. É ter consciência de que a salvação do homem não passa pelos grandes, pelos poderosos e sim pelos simples, pelos pobres. A lógica da cruz é uma palavra dura que nos ensina que muitas vitórias nossas não passam de verdadeiras derrotas por que não estão sobre o sinal da cruz. Vitorioso é aquele que segue o caminho da cruz, da humildade. Na realidade não celebramos a cruz e sim a vitória do crucificado, a vitória da palavra humilde.

Pe. Paulo Sérgio
Vigário paroquial da catedral diocesana
Diocese de Campina Grande

sábado, 6 de setembro de 2014

Homilia do XXIII Domingo Comum



O ponto de partida para a nossa meditação neste domingo é um trecho da primeira leitura: “Não devais a ninguém, a não ser o amor mútuo”. É esta a divida a qual todos nós devemos nos preocupar em pagar. Primeiro porque o amor mútuo é uma exigência da natureza humana, segundo por que é um mandamento da lei de Deus.
 
Amor orientado não apenas ao bem material dos irmãos, mas também ao espiritual e eterno. Porque todos os que quiserem alcançar a salvação estão obrigados a querê-la também para os outros e isso se torna uma condição para obter a salvação própria. 

É sobre este mesmo aspecto que se detém a primeira leitura. Deus constituiu Ezequiel como sentinela do seu povo para cuidar da sua formação espiritual e humana. Deus pedirá contas a Ezequiel caso este não cumpra com a sua missão denunciando os pecados do povo. Sempre a grande responsabilidade de todo aquele que tem a mesma missão do profeta: padres, bispos, pais de família professores. A sua salvação está condicionada ao zelo pela guarda do seu rebanho. Deixar perecer no erro um filho ou um irmão sem lhe estender a mão, é uma traição, um egoísmo de quer Deus pedirá contas. O temor de ser rejeitado ou considerado intransigente não justifica o lavar as mãos, ou o deixar passar.

Aquele que ama não encontrará paz enquanto não se aproximar do culpado e avisá-lo. Mas não esqueçamos que antes de qualquer aconselhamento devemos rezar para que o Senhor nos ilumine e ilumine também a pessoa que iremos corrigir. 

O evangelho coloca a missão de socorrer o irmão que erra para todos os cristãos. Ele nos oferece alguns critérios, em primeiro lugar a admoestação deve ser em segredo para salvaguardar o bom nome do culpado. Na prática muitas vezes acontece o contrario: fala-se mal do outro, murmura-se, calunia-se e muitas vezes manifesta-se o erro do outro publicamente.

O evangelho mostra que a nossa preocupação deve ser em primeiro lugar a salvação do irmão. O pecado da língua é terrível diante de Deus. Nosso Senhor fala a Santa Catarina: “Ao perceberes defeitos nos outros, reconhece-os primeiro em ti com muita humildade. Ele se corrigirá se for compreendido com bondade. Convence-te que não deves acreditar em opiniões”. É o amor que deve fundamentar nossas atitudes diante dos irmãos. A verdadeira correção fraterna nasce do amor. 

Santo Agostinho comentando este evangelho disse: “Quando alguém peca contra nós, sintamos grande preocupação, mas não por causa de nós mesmos, pois é digno de glória sofrer e não dar ouvidos a injúrias, por isso esquece a injúria que o teu irmão te fez, mas não esqueças a ferida que ele causou a si mesmo te injuriando. Corrige-o, pois a sós, com a vista posta na correção, respeitando a sua honra. Se ele te escuta ganhaste um irmão”. 

Corrige-o “respeitando a honra do irmão”, diz Agostinho. Devemos ter a maior reverencia para com a dignidade do outro. Que diferença o que vemos hoje! O que muitos fazem é expor o pecado do outro. Alias às vezes se usa até as fraquezas do irmão para tirar proveito próprio. Na realidade a correção fraterna ainda esta muito longe de ser bem vivenciada na Igreja. E isto é um sinal de que ainda não vivemos como irmãos, de que ainda não amamos.

Pe. Paulo Sérgio Araújo
Vigário paroquial da Catedral
Diocese de Campina Grande