domingo, 14 de junho de 2015

Homilia XI Domingo Comum - Mc 4, 26-34



Jesus está ensinando por meio de parábolas, que são comparações que faz com que os ouvintes reflitam sobre determinado assunto. Nestas parábolas de hoje, Jesus contempla a ação do Reino de Deus. Podemos afirmar que Jesus olha para toda a sua ação missionária, desde quando tudo começou lá na cidadezinha de Nazaré, quando do Espírito Santo, uma pobre virgem se torna mãe e a partir daí começa a irrupção de Deus na história. Desta humilde mulher nasce Jesus que quando adulto começa a pregar o Reino de Deus, isto é, a presença amorosa de Deus no meio dos homens, o convite de Deus a viver no amor. 

Vamos continuar contemplando com Jesus. Ele que começou sozinho a pregar o Reino com palavras e ações, de inicio convidou um grupo de pobres pescadores para estar com Ele e agir na mesma perspectiva anunciando o Reino, logo depois começaram a chegar às multidões, os pobres, os doentes, os abandonados, os necessitados, os pecadores. Podemos imaginar a zombaria dos “grandes”, “em volta dele (Jesus) só aparece à gentalha, pessoas que não tem futuro, uma obra deve ter o apoio dos poderosos, dos letrados, dos que tem dinheiro para que possa dar certo”. Quanta dificuldade Jesus enfrentou, até mesmo por parte dos seus discípulos. Os seus parentes até aconselhavam Ele a ir para Jerusalém, a capital, por que lá a sua mensagem poderia ser mais aceita. Porém, Jesus não cedeu, continuou na periferia ensinando, acolhendo os pobres, propondo para eles, pessoas de difícil compreensão uma novidade inaudita, construir com eles o Reino de Deus. 

De onde Jesus tirava tanta força e certeza de que o caminho era aquele? Da sua intimidade com o Pai. Na oração Jesus entendia que não podia desanimar. A Oração lhe dava o norte de sua missão e o atraia para os pobres. 

Agora dizendo estas duas parábolas, a da semente e a da mostarda, Jesus explicava a sua opção e mostrava que não estava errado. Que esta é a dinâmica do Reino de Deus, que não se começa a construir do alto e sim da simplicidade, como dizia São Josemaria Escrivá: “Não esqueças que na terra, tudo o que é grande começa por ser pequeno. – O que nasce grande é monstruoso e morre”. Que o mais importante é confiar na providência do Pai que age através do seu Espírito no coração dos homens.

O Reino de Deus não depende das estruturas, das organizações, dos planejamentos. Eles são necessários, mas são relativos. O Reino depende da confiança na ação misteriosa de Deus que aos poucos vai agindo no coração do homem. Depende também do amor e da fé na Palavra de Jesus, depende da certeza de que quem trabalha para os pobres trabalha para Deus. Depende da confiança em Deus, do sentir-se chamado para a missão. Mas também depende do nosso agir. É preciso trabalhar muito e uma vez fazendo isso confiar totalmente em Deus, com a certeza de que ele está conosco e jamais nos abandonará. Entendamos que quando algo começa de “cima” não pode contar com a presença de Deus. Por que Maria “é tão grande”? Porque Deus olhou para a “pequenez de sua serva”.

Pe. Paulo Sérgio Gouveia
Vigário paroquial da catedral diocesana
Diocese de Campina Grande

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