(Is 45, 1.4-6 - Sl 95, 1Ts 1, 1-5b - Mt 22, 15-21)
Neste domingo a liturgia nos ajuda a refletir sobre os acontecimentos da história. Vivemos em um mundo por demais secularizado, onde não conseguimos mais perceber a presença do Senhor. Na vigília pascal acendemos o círio, a grande vela e a proclamamos como símbolo do Cristo ressuscitado, o Senhor que é o Alfa e o Omega, proclamamos que Jesus é o Senhor da historia.
Na primeira leitura o Senhor nos ensina que os próprios governantes, mesmo sem o saberem, são instrumentos de que Deus se serve para realizar seus projetos. A história dos indivíduos e dos povos está nas mãos de Deus que a vai ordenando para a plenitude do Reino, até mesmo por meio dos homens que não o conhecem e agem com intenções bem diversas. Para além do governo dos homens está o governo de Deus com quem ninguém pode rivalizar.
Deus escolhe os seus instrumentos de salvação onde quer e como quer, não são os merecimentos dos homens, mas a liberdade poderosa de Deus quem age. Ciro era um pagão, mas mesmo assim o Senhor o escolheu para libertar Israel.
No evangelho encontramos Jesus dizendo: Dá a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus. Somente a caridade nos leva a dar a Deus aquilo que em justiça lhe devemos. Mas, o que devemos dar a Deus? Primeiro a adoração. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, Criador e Salvador, Senhor e dono de tudo que existe. Adorar a Deus é reconhecer que somos apenas criaturas que lhe deve submissão.
Devemos prestar a Deus o nosso culto, elevar o nosso espírito a Deus através da oração louvando-o, agradecendo-o e suplicando-o para que ele nos socorra em nossas necessidades.
Também devemos oferecer sacrifícios a Deus. Santo Agostinho dizia: “É verdadeiro sacrifício toda ação feita para se unir a Deus em santa comunhão e poder ser feliz”. Mas, o sacrifício exterior deve ser sinal do sacrifício interior e precisa ser unido ao único sacrifício de Cristo.
Por isso, a missa é o mais perfeito culto que podemos tributar a Deus, por que torna presente o sacrifício do seu Filho. A missa é o centro da vida cristã. Prestamos a Deus um culto autêntico na missa. Aos domingos e dias de preceitos os fiéis têm a alegria de participar da missa. A celebração dominical do Dia do Senhor está no coração da vida da Igreja. O domingo deve ser guardado em toda a igreja como dia de festa de preceito por excelência.
A Eucaristia do domingo fundamenta e confirma toda a prática cristã. Por isso somos “obrigados” a participar da Eucaristia, pois a participação na Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e de fidelidade a Cristo e à sua Igreja.
A moeda do tempo de Jesus tinha a imagem de Cesar, por isso se devia dar a Cesar o que é de Cesar, mas o Cristão tem imprimido em si a imagem de Deus, por isso, ele deve dar Cesar o que é dele, isto é a moeda, mas a Deus deve o que lhe é devido, isto é a sua vida, o seu corpo. São Paulo afirma que o cristão não se pertence, mas pertence ao Senhor. Tudo o que há em nossas vidas pertence ao Senhor; como poderemos então reservar dimensões de nossas vidas em que Deus não possa estar presente?
Pe. Paulo Sérgio Gouveia
Vigário Paroquial - Catedral diocesana
Diocese de Campina Grande